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sábado, 14 de fevereiro de 2015

A Clara nasceu! Relato do parto pra quem pediu!


Nós três, antes de cortaram o cordão umbilical da Clara
Que a Clara nasceu vocês sabem. Veio ao mundo decidida do que queria e escolheu a data do seu nascimento. Tudo aconteceu no oposto do que tínhamos planejado. Mas como meu marido diz, quer contar uma piada para Deus? Faça planos.

Os nossos planos não são os planos de Deus.

Desde que engravidei eu já sabia o que eu queria: cesárea. Ouvi cada coisa, e enfim. Eu que iria fazer a cirurgia, meu marido me apoiou e tava tudo certo. A Clara nasceria de 38 semanas e  4 dias. No dia 21/2. Planejadinho, tudo certo.

Mas.... eis que as surpresas foram acontecendo com e 34 semanas e um pouquinho comecei a ter um pequeno sangramento e tive que ir de emergência para o hospital. Foi visto que eu já estava com 1cm de dilatação  e que o colo do útero estava fino. O médico disse que ás vezes por agitação minha e por ela já estar encaixada e pesadinha apertava o meu colo do útero com  a cabeça. E pra entender a minha agitação. Na sexta eu tinha ido pra academia fazer aula de Sh`bam e no sábado arrumado o eucatex perfurado do quarto da Clara, subindo e descendo de cadeira... Coisas assim.

Eu sei, muita gente se poupa na gestação, fica mais paradinha e evita fazer qualquer coisa. Mas eu, sempre me senti muito bem por isso fui seguindo a risca o ditado de que gravidez não é doença.

Enfim, na semana que se seguiu tive consulta com a minha GO e ela disse que meu trabalho de parto tinha evoluído e que eu já estava com 2cm de dilatação, recomendou repouso e já me passou atestado e um remedinho para segurarmos a Clara mais uns dias, para ela engordar um pouquinho. E assim seguimos até a semana 36 quando comecei a sentir um liquido vazandinho. Um pouquinho aqui, um pouquinho ali. No dia seguinte teria reconsulta com a GO. Chegamos lá, foi constatado que estava com a bolsa rota. Que significava que minha bolsa tinha rompido em alguma área. Ela já me avisou: faremos o parto da Clarinha, ou hoje ou amanhã. Isso vai depender da quantidade de líquido que tem ainda na bolsa.

A essa altura eu e o Her já estávamos com tudo prontinho, malas, coisas da Clara, só esperando o dia chegar. Quando entramos no elevador, indo embora da consulta, nos olhamos, nos beijamos. Enfim conheceríamos nossa menina. Claro, um pouco antes do que tínhamos planejado, mas logo ela estaria conosco. O grande momento estava por vir.

Fiz a ecografia e estava tudo bem, ainda tinha bastante líquido e ela nasceria no dia seguinte. Mas então apareceu um problema. A Clara, por ser considerada prematura, precisaria de uma vaga disponível na UTI Neo Natal. Não que ela fosse usar esta vaga, mas para fazer o parto precisaríamos que esta vaga estivesse disponível. E acredite, não havia vagas em nenhum hospital em Curitiba. Mesmo assim a Dra Flávia disse pra irmos até o Santa Cruz que ela daria um jeito.

As 9hrs do dia 6/2 chegamos no Santa Cruz, eu já estava com 4 cm de dilatação. A médica resolveu me internar e já me encaminhou pro centro cirurgico. Lá eu ficaria aguardando a hora da minha cesárea. Nesta altura eu estava já com uma coliquinha que ia e vinha. Dorzinha desagradável mas plenamente suportável.

Cheguei no centro cirurgico, eu e o Her, meio sem entender o que estava por vir: Mas, oi? eu já vou entrar? E o Herbert? (O pai fica fora, quando for a hora do parto a gente chama pra se lavar) Mas assim, já? Nem fiz uma maquiagem, pra sair bonita na foto... A enfermeira falou, mas pode fazer! (mal sabia que de nada adiantaria fazer maquiagem porque nas horas que se seguiriam eu ficaria suada e derretida), Fui pra uma banheiro no centro cirúrgico, fiz minha maquiagem e coloquei aquele avental um tanto constrangedor, uma toquinha e um negócio nos pés e me encaminharam pra uma antesala.

E foi ali que tudo começou. Eu e mais 3 gestantes sentadas em poltronas confortáveis. Uma com contração, grávida de gêmeos aguardando a cesárea, e mais uma que tinha a cesárea agendada, junto com uma fotógrafa, tirando fotos do grande dia. Primeiro a sair foi a grávida de gêmeos e logo já pudemos ouvir o chorinho dos bebês. E ficamos eu e esta outra gestante na "sala de espera".

E você pode achar que é mentira, pois bem, nem eu mesma acredito que tudo foi tão rápido. Eu ia ter que tomar um remédio no soro, pois estava com bolsa rota há mais de 16 horas e poderia dar algum tipo de infecção da Clarinha. Aí disse pra enfermeira rindo: Ai, vou ao banheiro fazer xixi antes de vcs me prenderem aqui com o soro.

Fui ao banheiro e antes mesmo de eu sentar no vaso senti um "ploft" e escorreu toda aquela água. Confesso que no meio da minha insanidade pensei: Que vergonha, o que eu faço? Nossa vou ter que limpar o banheiro. Olhei a minha volta mas só se seu enxugasse tudo com papel higiênico. O que seria inviável com aquele barrigão. Sai e avisei a enfermeira: Acho que vazou o resto de água que tinha na minha bolsa. Me desculpe! Ela com um sorriso disse: É normal, não se preocupe, pode sentar aqui que já te daremos o soro.

Foi a partir do "estouro" que tudo começou a se intensificar. As cólicas que estava fracas começaram a ficar mais fortes e mais perto uma das outras. Até que chegou a ficar tão perto que eu chorava e gritava de dor. Neste momento estávamos na sala de espera, eu a outra grávida e a fotógrafa. A fotógrafa ficou compadecida de mim, ou talvez da sua cliente que estava com com olhos arregalados vendo eu gritar de dor e me ofereceu ajuda. E eu chorando e gritando disse: Chama uma enfermeira!

A enfermeira que estava sendo um doce fez uma pergunta totalmente irritante: Mãezinha de 0 a 10 qual a sua dor? E eu: I-N-S-U-P-O-R-T-Á-V-E-L, minha filha vai nascer aqui, cadê minha médica? Elas me olhou e disse, seu parto vai ser só as 13h30, ela vai subir um pouco antes, e eu disse que não seria possível aguentar até lá, que elas fizessem alguma coisa. Não tinha sala de parto livre.

Ela decidiu ver quanto estava a minha dilatação, a esta altura tinha mais enfermeiras me ajudando, e vendo o meu estado. Suada, com dor, e desequilibrada. Quando eu ouvi uma olhando pra outra dizendo, chama a doutora que ela tá com 9 de dilatação e o bebê tá nascendo.

Minha médica subiu correndo, o Herbert que nem sabia o que estava acontecendo direito - lá fora. Minha mãe nervosa. Os dois sabiam que eu não queria parto normal. Isso mesmo EU não queria, DEUS quis.

Minha médica chegou no centro cirúrgico passou pela minha mãe e disse: Eu não sou portuguesa né? Abrir outra porta sendo que temos uma porta toda aberta. Quando ela pareceu me deu um alívio. E com olhar doce ela disse que iria ver como estávamos e eu já estava com 10 de dilatação e a Clara na portinha.

A essa altura as enfermeiras "roubaram" a sala de parto da menina que estava sendo fotografada e eu furei a vez dela e fui andando pra maca. Ninguém precisou me convencer a fazer o parto normal. Eu só perguntei, a dor vai piorar? Ou essa já é a pior dor? Aí as enfermeiras disseram que eles dariam uma analgesia leve para aliviar a dor, mas não cessar e que eu logo me sentiria melhor, e assim começaria as "forças" pra Clara nascer. Sempre disse que se fosse pra ter parto normal queria que fosse como o de uma amiga minha, a Priscila, que trouxe o seu filho de forma tão rápida que nem o seu marido conseguiu assistir o parto.

Depois de anestesiada, o Herbert entrou na sala, me beijou, com um olhar de surpreso, pois chegamos naquela manhã preparados pra uma coisa e estávamos ali, vivenciando o que Deus quis para nós. Eu olhei pra minha médica e disse: Eu nem sei fazer a tal força, eu não achei que ia passar por isso! Ela me explicou e com o coração muito, mas muito feliz começamos tudo que durou cerca de 15 minutos.



Quando minha médica disse: Mais força May que ela tá vindo! Ela é tão cabeludinha! E naquele momento intenso nas nossas vidas senti a Clarinha saindo de dentro de mim e te digo, não tem palavras que eu possa dizer aqui que sejam fiéis a emoção de vê-la.



Chorei. Chorei de alívio, chorei por tê-la posto no mundo, chorei porque nada foge do que Deus planejou para nós. Ouvi seu chorinho, vi sua carinha, senti o calor daquele corpo tão pequeno. Um pedaço do nosso amor, meu e do Herbert. Nossa filha, desejada, planejada e que chegou nos dando uma linda surpresa. Quis vir ao mundo de forma normal, fazendo força e surpreendendo todos que estavam ali.



A sala de parto estava cheia de gente, todo mundo pedindo que Deus as abençoasse a ter um parto tão rápido quanto o meu. Muitos disseram: Você nasceu para parir!

Agradeço a Deus pela vida dela, da nossa pequena e da nossa médica que foi simplesmente incrível! Eu, ela, o Her e a Clara conseguimos isso. Trazer ao mundo a nossa filha, um presente de Deus!








4 comentários:

  1. Agradeço ao meu Deus...por todas as bençãos recebidas...

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  2. Nossa, que relato de parto maravilhoso, que bom que seu PN foi bem rápido, Deus é muito bom. E nao é essa dor toda que muitas falam ne? Eu tive PC, mas muita curiosidade para o PN.

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  3. May, afinal...dá pra encarar a dor tranquilamente ou não? Rs

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